16 outubro 2009

Bali


Acho que nem de longe eu sou a pessoa ideal para dar dicas de Bali . Primeiro por que eu já fui há algum tempo e segundo que eu não tenho o perfil dos visitantes de lá - grande parte surfista que veneram as ondas e as praias do local - mas acho que ainda sim vale à pena dividir algumas impressões que eu tive da ilha. Assim quem tiver o perfil parecido com o meu já sabe o que esperar (lembrando que tudo pode estar muito diferente já que faz 8 anos que eu estive por aquelas bandas).
A minha primeira impressão da cidade não foi das melhores. O trânsito é super confuso - lotado de motocas carregadas de gente que não respeitam nem a mão da pista - muita sujeira e esgoto a céu aberto, o que reflete a pobreza - um pouco maquiada no caso de Bali - do país. Para compensar, várias praias, lugares lindos e templos de tirar o fôlego que te fazem - por um breve momento - esquecer os defeitos do lugar.
Acredito que Bali seja a cidade da Indonésia que mais recebe turistas. Muitos europeus, americanos e em grande parte australianos (devido a proximidade dos países). Então, a maioria da população pelo menos arranha um inglês e nos hotéis e melhores restaurantes todo mundo domina o idioma.
Quando eu fui, comprei um pacote na Austrália, então já cheguei com o hotel pago. Lembro que na época o pacote de uma semana com passagem, hospedagem em quarto quadruplo e transfer hotel-aeroporto, me custou por volta de R$ 1.000. Uma grande vantagem de Bali é que é tudo muito barato (pelo menos era!). A moeda local é super desvalorizada, então com alguns dólares você faz uma festa. Só tinha uma coisa que a gente não achava barata: bebida alcoólica.

Antes da gente viajar, o funcionário da agência de turismo nos fez algumas recomendações importantes sobre o lugar e outras, infelizmente, a gente teve que aprender na pele:

- A água encanada de lá não é nem um pouco confiável, então use água mineral engarrafada até para escovar os dentes;

- Principalmente por causa da água, tome muito cuidado onde você vai fazer suas refeições. Se não for um lugar equipado com água filtrada pra tudo, inclusive para fabricar gelo, a chance de você passar mal por causa da comida é enorme. Mesmo prestando muita atenção, TODAS as meninas que viajaram comigo ficaram dois dias sem conseguir sair do hotel do tanto que elas passaram mal - só eu me salvei. Pelos sintomas, parecia que todo mundo estava com rotavírus - talvez por isso eu fiquei com o pé atrás com o lugar;

- Nunca faça câmbio na rua! Sempre vai ter um espertinho tentando tirar vantagem de você. Em muitos casos eles oferecem até um câmbio favorável, mas na hora de contar o dinheiro na sua frente sempre vão tentar te enganar. Olha que a minha companheira de viagem era carioca, metida a esperta, e mesmo prestando atenção em todos os movimentos do cara ele ainda assim deu o tombo nela. Acabou que no final resolvemos, mas foi uma tensão desnecessária. Então, troque dinheiro nos hotéis ou nos bancos.

- Sempre negocie previamente com o taxista o valor da viagem, caso contrário ele vai te explorar muito na hora de cobrar pela corrida. A gente dava prioridade a taxista conhecido do povo do hotel e que tinha taxímetro no carro e ainda assim tinha que pedir para ligar o taxímetro (!!!) e prestar atenção o tempo todo. Nunca fui em um lugar onde tanta gente tenta se dar bem em cima do turista, acho que nem no Rio e em Salvador onde eles adoram explorar um gringo o problema é tão latente.

- Em Bali você vai encontrar muito artesanato bonito e muito barato. Bem como várias bolsas, sapatos e roupas bordados a mão que chamam a atenção pela beleza e pelo preço baixo. Mas negocie o preço de tudo - se não você vai ser explorado - e tente não se mostrar muito interessado por nada a não ser que pretenda levar, se não os vendedores colam em você e em alguns casos vão te seguindo até longe da loja abaixando o preço para te convencer a comprar.

Lembro que uma vez chegamos a uma praia das mais escondidas e juntou umas 5 mulheres tentando vender canga pra gente. Enquanto não apareceu outro grupo de turistas elas ficam sentadas do nosso lado insistindo pra gente comprar alguma coisa, apesar da gente já ter deixado claro no primeiro instante que não tínhamos o menor interesse. Imagina se a gente tivesse demostrado vontade de comprar!?

- Para passeios para praias mais afastadas e para os vulcões, por exemplo, contrate um motorista com uma van para levar e ficar a disposição de vocês. Com uma negociação prévia o preço fica ótimo. Tente fazer uma pesquisa de empresas que preste esse serviço e já sair daqui com os contatos, mas se não tiver muito êxito, peça indicação do pessoal do hotel.

- Nunca ceda à curiosidade e à chance de aproveitar a distância de casa para aproveitar e experimentar alguma droga. A punição para esse crime na Indonésia é super pesada e em muitos casos, a própria pessoa que te vende a droga é quem em seguida te entrega para a polícia.
Essa dica quem deu pra gente foi um Italiano dono de uma pizzaria onde a gente comeu algumas vezes durante a nossa hospedagem. Ele alertou que a punição para qualquer crime na Indonésia é bastante pesada e em alguns caso cruéis, então pense 1000 vezes antes de fazer alguma bobagem.

De resto, se programe com antecedência para conhecer alguns lugares maravilhosos por lá. Lembro que fiquei surpreendida com a riqueza arquitetônica dos muitos templos de adoração espalhados pela cidade, bem como com a beleza das paisagens naturais e das plantações de arroz. Amei o mar calminho do lugar, parece que a gente está numa lagoa, já que as ondas quebram " no meio" do mar, dificilmente chegam até a beira d'água.

Outra coisa interessante dessa viagem é conviver com uma cultura tão distante da nossa, com costumes a primeira vista tão estranhos e ao mesmo tempo tão ricos, como uma adoração aos deuses que é visível em todos os cantos com oferendas colocadas religiosamente (não resisti ao trocadilho) para eles. Sem contar o contato com um povo amistoso que, apesar da tentativa constante de se dar bem, sabe a importância do turista para a economia da ilha.

Essa foi certamente a viagem onde eu conheci um mundo mais diferente do meu: a cultura, os costumes, o povo, a religião é diversa do que estamos acostumados, mas devido a quantidade de turistas no local eles convivem bem com a nossa cultura e comportamento ocidentalizado e tentam receber bem o turista e fazer com que ele se sinta à vontade da melhor forma possível. Então, vá com a cabeça aberta e disposto a experimentar novas experiências.

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